Reinóis versus naturais nas disputas pelos lugares eclesiásticos do Atlântico português: aspectos sociais e políticos (século XVIII)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2016.124067Palavras-chave:
Clero, hierarquias sociais, naturalidadesResumo
Este artigo elege a clivagem naturais da terra / reinóis como vetor principal de análise das características do clero presente no espaço atlântico português, enfocando os clérigos seculares dos Açores, da Madeira e do Brasil durante o século XVIII. Identifica os traços principais do perfil dos sacerdotes que se habilitaram no Santo Ofício e a origem dos titulares das prebendas dos cabidos do centro-sul brasileiro: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Demonstra-se que acesso aos lugares do poder eclesiástico foi permeado por uma série de dinâmicas sociais e políticas, intermediando as relações entre a Coroa, as elites locais e segmentos intermédios.
Downloads
Referências
ALGRANTI, Leila. Honradas e devotas: mulheres da colônia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
ALMEIDA, Fortunato de. História da Igreja em Portugal. Porto: Portucalense, 1958.
ARAÚJO, José de Souza Azevedo Pizarro. Memórias históricas do Rio de Janeiro, vol. 6. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.
BETHENCOURT, Francisco & CHAUDHRI, Kirti (dir.). História da expansão portuguesa, vol. 3. Lisboa: Temas e Autores e Debates, Círculo dos Leitores, 1998.
BICALHO, Maria Fernanda Baptista. Conquista, mercês e poder local: a nobreza da terra na América portuguesa e a cultura política do Antigo Regime. Almanack Brasiliense, n. 2, São Paulo, nov 2005, p. 32.
BLAJ, Ilana. A trama das tensões: o processo de mercantilização de São Paulo colonial (1681-1721). São Paulo: Humanitas; FFLCH/USP, 2002.
BORREGO, Maria Aparecida de Menezes. A teia mercantil. Negócios e poderes em São Paulo colonial (1711-1765). São Paulo: Alameda, 2010.
BOSCHI, Caio (fixação dos textos, organização e estudo introdutório). O cabido da Sé de Mariana (1745-1820). Documentos básicos. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Editora PUC-MG, 2011. (Coleção Mineiriana)
BOSCHI, Caio. Os escritos de d. frei Manuel da Cruz e as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. In: FEITLER, Bruno & SOUZA, Evergton Sales (org.). A Igreja no Brasil: Normas e práticas durante a vigência das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. São Paulo: Ed. Unifesp, 2011, p. 399-424.
SOUZA, Evergton Sales. Exercícios de pesquisa histórica. Belo Horizonte: Editora da PUC-Minas, 2011.
BOXER, Charles R. A Idade de Ouro do Brasil: dores do crescimento de uma sociedade colonial. São Paulo: Cia Editora Nacional, 1979.
BRAGA, Paulo Drumond. A Inquisição nos Açores. Ponta Delgada: Instituto Cultural, 1997.
CAMARGO, monsenhor Paulo Florêncio da Silveira. A Igreja na história de São Paulo (1745-1771), vol. 4. São Paulo: Instituto Paulista de História e Arte Religiosa, 1953.
CAMARINHAS, Nuno. Juízes e administração da Justiça no Antigo Regime. Portugal e o Império colonial, séculos XVII e XVIII. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, FCT, 2011.
TRINDADE, cônego Raimundo. A Casa Capitular de Mariana. Revista do Iphan, n. 9, Belo Horizonte, 1945, p. 217-246.
TRINDADE, cônego Raimundo. A Arquidiocese de Mariana. Subsídios para sua história. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1953, p. 299-363.
COSTA, Susana Goulart. Viver e morrer religiosamente: a ilha de S. Miguel, século XVIII. Ponta Delgada: Instituto Cultural, 2007.
CUNHA, Mafalda Soares (org.). Do Brasil à metrópole: efeitos sociais (séculos XVII-XVIII). Separata da Revista Anais da Universidade de Évora, nº 8 e 9, Évora, dezembro 1998/1999, p. 47-72.
DÍAZ RODRÍGUEZ, Antonio J. & LÓPEZ-SALAZAR CODES, Ana Isabel. El cabildo catedralicio de Évora en la Edad Moderna (1547-1801). Historia y Genealogía, nº 4, 2014, p. 42-43.
DRUMMOND, Francisco Ferreira. Anais da ilha Terceira, vol. III. reed. Angra do Heroísmo: Secretaria Regional da Educação e Cultura do Governo dos Açores, 1981.
FEITLER, Bruno. Nas malhas da consciência: Igreja e Inquisição no Brasil (Nordeste, 1640-1750). São Paulo: Alameda, Phoebus, 2007.
FIGUEIRÔA-RÊGO, João & OLIVAL, Fernanda. Cor da pele, distinções e cargos: Portugal e espaços atlânticos portugueses (séculos XVI a XVIII). Tempo, vol. XVI, nº 30, 2011, p. 135-136.
FIGUEIRÔA-RÊGO, João. A honra alheia por um fio. Os estatutos de limpeza de sangue nos espaços de expressão ibérica (séculos XVI-XVIII). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, FCT, 2011.
FLORY, Rae & SMITH, David Grant. Bahian merchants and planters in the seventeenth and early eighteenth centuries. The Hispanic Historical American Review, 58 (4), 1978, p. 571-594.
HAUPT, Heinz-Gerhard. Comparative history – a contested method. Historisk Tidskrift, vol. 127, n. 4, 2007, p. 697–716.
HERZOG, Tamar. Naturales y extranjeros: sobre la construcción de categorías en el mundo hispánico. Cuadernos de Historia Moderna, vol. 10, Madri, 2011, p. 23, 31.
KENNEDY, John Norman. Bahian elites, 1750-1822. The Hispanic Historical American Review, 53 (4), 1973, p. 415-439.
KOCKA, Jürgen. Comparison and beyond. History and Theory, vol. 42, n. 1, 2003, p. 39–44.
MALDONADO, pe. Manuel Luis. Fénix angrense, vol. 2. Angra do Heroísmo: Instituto Histórico da Ilha Terceira, 1990.
MAXWELL, Keneth. Marquês de Pombal: paradoxo do Iluminismo. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MELLO, Evaldo Cabral de. O nome e o sangue: uma fraude genealógica no Pernambuco colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
MONTEIRO, Nuno Gonçalo. A circulação das elites no império dos Bragança (1640-1808): algumas notas. Tempo, vol. 14, n. 27, 2009, p. 51-67.
NORONHA, Henrique Henriques de. Memórias seculares e eclesiásticas para a composição da história da diocese do Funchal na ilha da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Centro de Estudos de História do Atlântico, 1996.
OLIVAL, Fernanda & MONTEIRO, Nuno Gonçalo. Movilidad social en las carreras eclesiásticas en Portugal (1500-1820). In: JIMÉNEZ, F. Chacón & MONTEIRO, Nuno Gonçalo (coord.). Poder y movilidad social: cortesanos, religiosos y oligarquías en la península Ibérica (siglos XV-XIX). Madri: CSIC, 2006, p. 105-106.
OLIVAL, Fernanda. As ordens militares e o Estado moderno: honra, mercê e venalidade. Lisboa: Estar, 2001.
OLIVAL, Fernanda. Rigor e interesses: os estatutos de limpeza de sangue em Portugal. Cadernos de Estudos Sefarditas, nº 4, 2004, p. 151-182.
PAIVA, José Pedro. Os bispos de Portugal e do Império (1745-1777). Coimbra: Ed. Universidade de Coimbra, 2006.
RODRIGUES, Aldair Carlos. Clergy, society, and power relations in colonial Brazil: On the vicar forane (vigário da vara), 1745-1800. e-journal of Portuguese History, 13, 1, Providence, jun 2015.
RODRIGUES, Aldair Carlos. Igreja e Inquisição no Brasil: agentes, carreiras e mecanismos de promoção social. São Paulo: Alameda/ Fapesp, 2014.
RODRIGUES, José Damião. Poder municipal e oligarquias urbanas: Ponta Delgada no século XVII. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1994.
RODRIGUES, José Damião. São Miguel no século XVIII: casa, elites e poder, vol. I. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 2003.
RUSSEL-WOOD, A. J. Fidalgos e filantropos. A Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Brasília: Ed. UNB, 1981.
SANTOS, Antônio Alves Ferreira dos. A Archidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro: subsídios para a história eclesiástica do Rio de Janeiro, capital do Brasil. Rio de Janeiro: Tipographia Leuzinger, 1914.
SCHWARTZ, Stuart. The formation of a colonial identity in Brazil. In: CANNY, N. & PAGDEN, A. (ed.). Colonial identity in the Atlantic world, 1500-1800. Princeton: Princeton University Press, 1987.
SCHWARTZ, Stuart. Burocracia e sociedade no Brasil colonial. São Paulo: Perspectiva, 1979.
SILVA, Cândido da Costa. Os segadores e a messe: o clero oitocentista na Bahia. Salvador: Edufba, 2000.
SILVA, Hugo Ribeiro da. O cabido da Sé de Coimbra. Os homens e a instituição (1620-1670). Lisboa: Imprensa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2011.
SILVA, Hugo Ribeiro da. O clero catedralício português e os equilíbrios sociais do poder (1564-1670). Lisboa: CEHR, 2013, p. 93-114.
SILVA, Leandro Ferreira da. Regalismo no Brasil colonial: a Coroa portuguesa e a província de Nossa Senhora do Carmo do Rio de Janeiro (1750-1808). Dissertação de mestrado, FFLCH-USP, São Paulo, 2013.
SILVA, Maria Beatriz Nizza. Ser nobre na colônia. São Paulo: Editora da Unesp, 2004.
SOUZA, Grayce Mayre Bonfim. Para remédio das almas: comissários, qualificadores e notários da Inquisição portuguesa na Bahia colonial. Vitória da Conquista: Edições Uesb, 2014.
SOUZA, Jorge Victor de Araújo. Para além do claustro: uma história social da inserção beneditina na América portuguesa, c. 1580 - c. 1690. Niterói: Eduff, 2014.
SOUZA, Jorge Victor de Araújo. Poder local entre ora et labora: a casa beneditina nas tramas do Rio de Janeiro seiscentista. Tempo, v. 32, Revista do Departamento de História da UFF, 2012, p. 69-94.
SOUZA, Laura de Mello e. O sol e a sombra. Política e administração na América portuguesa do século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
TRINDADE, Ana Cristina M. Plantar nova christandade: um desígnio jacobeu para a diocese do Funchal - frei Manuel Coutinho, 1725-1741. Funchal: Drac, 2012.
WEHLING, Arno & WEHLING, Maria José. Direito e Justiça no Brasil colonial: o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro (1751-1808). Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Revista de História

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).