Sick bodies, extraordinary cures: the medical practice of Georges-Louis Liengme on the roads to Gaza (Southern Mozambique, 1891-1895)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.144121Keywords:
Social medicine, disciplinary work, Swiss Mission, Mandlakazi, Gaza, 19th century, Mozambique, Georges-Louis LiengmeAbstract
The article analyzes the Notice de géographie médicale: quelques observations sur les maladies des indigènes des provinces de Lourenço Marques et de Gaza, written by Georges-Louis Liengme (1859-1936), reconstituting the confluence between medicine as a social practice and the civilizing paradigm that led him to travel to the south of the present territory of Mozambique in the year 1891. Mastering the clinical grammar based on the power of intervention and direct control over the individual, Liengme sought to decode the African universe by the sign of the disease and under the perspective of particularly sick bodies waiting for the action of governments and missionary societies. In order to intervene in this disorderly world of madness and blindness, his gaze turned to the referents capable of producing “connections of meaning” and “convergence of symbolic horizons” with the populations, but in this process, he advanced in toward one liminality that eventually subverted the sense of his own presence.
Downloads
References
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
BROWNE, Janet. A origem das espécies de Darwin: uma biografia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.
BRYANT, Alfred Thomas. A Zulu-English dictionary with notes on pronunciation, a revised orthography and derivations and cognate words from many languages; including also a vocabulary of Hlonipa words, tribal-names etc., a synopsis of Zulu grammar and a concise history of the Zulu people from the most ancient times. Natal: The Mariannhill Mission Press, 1905.
BUTSELAAR, Jan van. Africains, missionnaires et colonialistes: les origines de l’Église Presbytérienne du Mozambique (Mission Suisse), 1880-1896. Leiden: E. J. Brill, 1984.
CAETANO, Marcelo. Campanhas de Moçambique em 1895: segundo os contemporâneos(as). Lisboa: Agência Geral das Colônias, 1947.
CRUZ E SILVA, Teresa. Igrejas protestantes e consciência política no sul de Moçambique: o caso da Missão Suíça (1930-1974). Maputo: Promédia, 2001.
DARWIN, Charles Robert. On the origin of species by means of natural selection, or the preservation of favoured races in the struggle for life. Londres: John Murray, 1859.
ENNES, António. A guerra d’África em 1895: memórias. Lisboa: Typographia do “Dia”, 1898.
FOUCAULT, Michel. A casa dos loucos. In: Idem. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. 113-128.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da medicina social. In: Idem. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. 79-98.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.
FOUCAULT, Michel. O poder psiquiátrico: curso dado no Collège de France (1973-1974). São Paulo: Martins Fontes, 2006.
GOBINEAU, Joseph Arthur de. Essai sur l’inégalité des races humaines. Paris: Librairie de Firmin-Didot et Cie., [1854] 1884.
GREEN, Edward C.; JURG, Annemarie; DJEDJE, Armando. The snake in the stomach: child diarrhea in Central Mozambique. Medical Anthropology Quarterly, vol. 8, n. 1, Nova Jersey: Wiley, Arlington: American Anthropological Association, mar. de 1994, p. 4-24.
HARRIES, Patrick. Butterflies & barbarians: Swiss missionaries & systems of knowledge in South-East Africa. Ohio: Ohio University Press, 2007.
HARRIES, Patrick. Christianity in black and white: the establishment of protestant churches in Southern Mozambique. Lusotopie, Paris: Karthala, 1998, p. 317-333.
HOBSBAWM, Eric. Ciência, religião, ideologia. In: Idem. A era do capital, 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 349-382.
HOBSBAWM, Eric. O mundo burguês. In: Idem. A era do capital, 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 321-347.
HONWANA, Alcinda Manuel. Espíritos vivos, tradições modernas: possessão de espíritos e reintegração pós-guerra no sul de Moçambique. Lisboa: Ela por Ela, 2003.
JANSEN, Paulos Cornelis Maria & MENDES, Orlando. Plantas medicinais: seu uso tradicional em Moçambique. Maputo: Minerva Central, 1984.
JORGE, Marco Antônio Coutinho. Fundamentos da psicanálise, de Freud a Lacan, vol. 1. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
LIENGME, Georges-Louis. Contribution à l’étude de l’hypnotisme et de la suggestion thérapeutique. Tese de doutorado, Faculté de Médecine de Genève, Neuchâtel: Imprimerie Attinger Frères, 1890.
LIENGME, Georges-Louis. Notice de géographie médicale: quelques observations sur les maladies des indigènes des provinces de Lourenço Marques et de Gaza. Bulletin de la Société Neuchateloise de Géographie, tomo VIII, Neuchâtel: Imprimerie Attinger Frères, 1895, p. 180-191.
LIENGME, Georges-Louis. Un potentat africain: Goungounyane et son règne. Bulletin de la Société Neuchateloise de Géographie, tomo XIII, Neuchâtel: Imprimerie Attinger Frères, 1901, p. 99-135.
LIENGME, Georges-Louis. The last South African potentate: Gungunhana, his court and national rites. South African Journal of Science, vol. III, Academy of Science of South Africa: Pretoria, 1905, p. 300-307.
MUDIMBE, Valentin-Yves. A invenção de África: gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Mangualde: Edições Pedago / Luanda: Edições Mulemba, Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, 2013.
MONTERO, Paula (org.). Deus na aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Globo, 2006.
NGUBANE, Harriet. Body and mind in Zulu medicine: an ethnography of health and disease in Nyuswa-Zulu thought and practice. Londres: Academic Press, 1977.
NORONHA, Eduardo de. A rebelião dos indígenas em Lourenço Marques. Lisboa: M. Gomes, 1894.
PRATT, Mary Louise. Do Vitória Nyanza ao Sheraton San Salvador. In: Idem. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração, 1999, p. 339-377.
ROUDINESCO, Elisabeth. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
MENESES, Maria Paula. Maciane F. Zimba e Carolina J. Tamele. Médicos tradicionais, dirigentes da Associação de Médicos Tradicionais. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). As vozes do mundo: reinventar a emancipação social – para novos manifestos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 405-462.
SANTOS, Gabriela Aparecida dos. Reino de Gaza: o desafio português na ocupação do sul de Moçambique (1821-1897). Dissertação, Universidade de São Paulo (USP). [Reino de Gaza: o desafio português na ocupação do sul de Moçambique (1821-1897). São Paulo: Alameda Editorial, 2010].
SANTOS, Gabriela Aparecida dos. “Lança presa ao chão”: guerreiros, redes de poder e a construção de Gaza (travessias entre a África do Sul, Moçambique, Suazilândia e Zimbábue, século XIX). Tese, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2017.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SITOE, Bento. Dicionário changana-português. Maputo: Texto Editores, 2011.
SOUZA, Ricardo Abussafy de. O lixo e a conduta humana: gestão dos insuportáveis na vida urbana. Tese, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Assis, 2013.
SPENCER, Herbert. The principles of biology, vol. 1. Edimburgo: Williams and
Norgate, 1864.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.
![](https://periodicos.usp.br/public/journals/54/submission_144121_107960_coverImage_pt_BR.jpg)
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2019 Revista de História
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).