A rede de fast-food KFC e o hábito de consumir frango frito no balde no Brasil: uma proposta de periodização
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v2i1p156-175Palavras-chave:
KFC, flexibilidade tropical, globalização do gosto, fast-food, hábitos alimentaresResumo
A proposta do artigo é refletir sobre a implantação da rede estadunidense de fast-food Kentucky Fried Chicken (KFC), especializada na venda de cortes de frango frito em baldes, no Brasil e, particularmente, em Belo Horizonte (MG). Propõe-se uma periodização das três tentativas da empresa em instalar-se no país, com destaque para a difusão e as resistências ao consumo de “frango frito no balde”. A proposta incorpora o desenvolvimento de redes concorrentes nacionais ou estabelecimentos locais que mimetizam o conceito da KFC, muitas vezes antecedendo-se à chegada dela – isto é, o hábito de comer frango frito no balde instalou-se antes da própria rede que o criou e difundiu. Além disso, observa-se na capital mineira relevante número de pequenos restaurantes locais especializados na venda de frango frito no balde, adaptando o conceito original a partir das suas limitações financeiras, técnicas e organizacionais. Finalmente, acredita-se que esses restaurantes criaram uma expressiva heterogeneidade de formas e fluxos no território belo-horizontino, revelando, empiricamente, tanto a difusão de um hábito alimentar que se globaliza quanto formas de adaptação que nomeamos de “flexibilidade tropical” (SANTOS, 1996).
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