Relatos históricos dos séculos XVIII e XIX povos indígenas e plantas nas margens do alto rio Tapajós
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2024.219933Palavras-chave:
Florestas culturais, Alto Tapajós, Etnobotânica, História Indígena, Povos origináriosResumo
Este artigo tem como objetivo aprofundar a análise das referências históricas compreendidas entre os séculos XVIII e XIX, explorando as espécies botânicas e práticas agroecológicas dos povos indígenas na região do Alto Rio Tapajós. Busca-se estabelecer um diálogo entre a etnohistória, etnobotânica e arqueologia, visando contribuir para a compreensão da construção de florestas culturais ao longo do rio Tapajós. Utilizando como base exemplos de povos do Tronco Tupi (Apiaká, Kaiabi, Munduruku e Sateré-Mawé), este estudo se propõe a examinar as complexas relações entre comunidades indígenas e a agrobiodiversidade, evidenciando a riqueza cultural e os sistemas de manejo antigo na região.
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