Tradução e adaptação transcultural do Model Disability Survey (MDS) para o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004759Palabras clave:
Avaliação da Deficiência, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Inquéritos e Questionários, Traduções, Comparação Transcultural, Reprodutibilidade dos TestesResumen
OBJETIVO: Traduzir e adaptar transculturalmente o Model Disability Survey (MDS), instrumento da Organização Mundial da Saúde que fornece informações abrangentes a respeito de deficiência/funcionalidade, para o Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo metodológico de corte transversal, realizado por meio de cinco etapas – tradução inicial, síntese das traduções, retrotradução, revisão por comitê de especialistas e pré-teste –, considerando propriedades como equivalência semântica, idiomática, experimental e conceitual. Para realização das etapas foram necessários tradutores, pesquisadores, equipe mediadora, profissionais da saúde, metodologista e especialista em idiomas. A análise estatística foi produzida a partir de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e dispersão, testes de normalidade e índice de validade de conteúdo (IVC) > 0,80. RESULTADOS: O instrumento MDS apresenta 474 itens, o que gerou 1.896 análises de equivalências. Destes, 160 itens apresentaram IVC < 0,80 em pelo menos uma das quatro equivalências e necessitaram de ajustes. Após adequações e aprovação dos juízes, a versão pré-final seguiu para o pré-teste com 30 participantes, de quatro regiões do Nordeste brasileiro. Desta amostra, 83,3% são mulheres, solteiras, com idade média de 33,7 (DP 18,8) anos, autodeclaradas pretas ou pardas, trabalhadoras ativas, com escolaridade a partir do ensino técnico e que residiam com três moradores. O tempo médio das entrevistas foi de 123 minutos de duração. Foram mencionadas 127 condições de saúde, sendo as mais frequentes ansiedade e dores nas costas. As respostas foram analisadas e 63 itens foram citados como necessitando de algum ajuste, sendo dois destes encaminhados para análise pelo comitê por possuírem IVC < 0,80. O instrumento, manual e cartões de apresentação foram ajustados após um novo pré-teste. CONCLUSÕES: O MDS foi traduzido e adaptado transculturalmente para o português brasileiro e apresentou adequada validade de conteúdo.
Referencias
World Health Organization. World report on disability. Geneva (CH): WHO; 2011 [citado 6 jun 2022]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241564182
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional de Saúde: 2019: ciclos de vida - Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2021 [citado 6 jun 2022]. 139p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101846.pdf
Sabariego C. Avaliação da deficiência após a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência: estudo comparativo entre os instrumentos utilizados para a efetivação de direitos previdenciários no Brasil e na Alemanha. Diálogos Setoriais UE-Brasil. 2016 [citado 6 jun 2022]:1-44. Disponível em: http://www.sectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/deso0015-publi-pt.pdf
Cappa C, Petrowski N, Njelesani J. Navigating the landscape of child disability measurement: a review of available data collection instruments. Alter. 2015;9(4):317-30. https://doi.org/10.1016/J.ALTER.2015.08.001
Coenen M, Sabariego C, Cieza A. [Recommendation for the collection and analysis of data on participation and disability from the perspective of the World Health Organization]. Bundesgesundheitsblatt Gesundheitsforschung Gesundheitsschutz. 2016;59(9):1060-7. German. https://doi.org/10.1007/S00103-016-2412-X
Castro SS, Castaneda L, Araújo ES, Buchalla CM. Aferição de funcionalidade em inquéritos de saúde no Brasil: discussão sobre instrumentos baseados na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Rev Bras Epidemiol. 2016;19(3):679-87. https://doi.org/10.1590/1980-5497201600030018
Castro SS, Leite CF, Baldin JE, Accioly MF. Validation of the Brazilian version of WHODAS 2.0 in patients on hemodialysis therapy. Fisioter Mov. 2018;31:e00313. https://doi.org/10.1590/1980-5918.031.AO30
Franzoi AC, Xerez DR, Blanco M, Amaral T, Costa AJ, Khan P, et al. Etapas da elaboração do instrumento de classificação do grau de funcionalidade de pessoas com deficiência para cidadãos brasileiros: Índice de Funcionalidade Brasileiro - IF-Br. Acta Fisiatr. 2013 [citado 6 jun 2022];20(3):164-70. Disponível em: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20130028
Coelho JN. Validação do Índice de Funcionalidade Brasileiro e descrição do perfil funcional de indivíduos com doença neurovascular, amputações, lesão medular e lombalgia [tese]. Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2020. 163p.
Pereira EL, Barbosa L. Índice de Funcionalidade Brasileiro: percepções de profissionais e pessoas com deficiência no contexto da LC 142/2013. Cienc Saude Colet. 2016;21(10):3017-26. https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.18352016
Barros APN. Dependência e deficiência: um estudo sobre o Índice de Funcionalidade Brasileiro aplicado à aposentadoria (IFBr-A) [dissertação]. Brasília, DF: Departamento de Serviço Social, Universidade de Brasília; 2016. 85 p.
Stucki G, Bickenbach J. Functioning: the third health indicator in the health system and the key indicator for rehabilitation. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(1):134-8. https://doi.org/10.23736/S1973-9087.17.04565-8
Sabariego C, Fellinghauer C, Lee L, Kamenov K, Posarac A, Bickenbach J, et al. Generating comprehensive functioning and disability data worldwide: development process, data analyses strategy and reliability of the WHO and World Bank Model Disability Survey. Arch Public Health. 2022;80(1):6. https://doi.org/10.1186/s13690-021-00769-z
Loidl V, Oberhauser C, Ballert C, Coenen M, Cieza A, Sabariego C. Which environmental factors have the highest impact on the performance of people experiencing difficulties in capacity? Int J Environ Res Public Health. 2016;13(4):416. https://doi.org/10.3390/IJERPH13040416
Sabariego C, Oberhauser C, Posarac A, Bickenbach J, Kostanjsek N, Chatterji S, et al. Measuring disability: comparing the impact of two data collection approaches on disability rates. Int J Environ Res Public Health. 2015;12(9):10329-51. https://doi.org/10.3390/IJERPH120910329
Sabariego C, Fellinghauer C, Lee L, Posarac A, Bickenbach J, Kostanjsek N, et al. Measuring functioning and disability using household surveys: metric properties of the brief version of the WHO and World Bank model disability survey. Arch Public Health. 2021;79(1):128. https://doi.org/10.1186/s13690-021-00654-9
World Health Organization. ICF: International Classification of Functioning, Disability and Health. Geneva (CH): WHO; 2001 [citado 6 jun 2022]. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/42407/9241545429.pdf?sequence=1
Masala C, Petretto DR. From disablement to enablement: conceptual models of disability in the 20th century. Disabil Rehabil. 2008;30(17):1233-44. https://doi.org/10.1080/09638280701602418
Ministério de Desarrollo Social (CL); Servicio Nacional de la Discapacidad. II Estudio Nacional de la Discapacidad 2015. Santiago de Chile; 2016 [citado 6 jun 2022]. Disponível em: https://www.senadis.gob.cl/descarga/i/3959
World Health Organization. Model Disability Survey (MDS): survey manual. Geneva (CH): WHO; 2017 [citado 6 jun 2022]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/258513/9789241512862-eng.pdf?sequence=1
Fortes CPDD, Araújo APQC. Checklist para tradução e adaptação transcultural de questionários em saúde. Cad Saude Colet. 2019;27(2):202-9. https://doi.org/10.1590/1414-462X201900020002
Mokkink LB, Terwee CB, Patrick DL, Alonso J, Stratford PW, Knol DL, et al. COSMIN checklist manual. Amsterdam (NL); 2012 [citado 6 jun 2022]. 56 p. Disponível em: https://faculty.ksu.edu.sa/sites/default Patrick /files/cosmin_checklist_manual_v9.pdf
Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. https://doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
Jasper MA. Expert: a discussion of the implications of the concept as used in nursing. J Adv Nurs. 1994;20:769-76. https://doi.org/10.1046/J.1365-2648.1994.20040769.X
Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cienc Saude Colet. 2011;16(7):3061-8. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
Almanasreh E, Moles R, Chen TF. Evaluation of methods used for estimating content validity. Res Soc Adm Pharm. 2019;15(2):214-21. https://doi.org/10.1016/J.SAPHARM.2018.03.066
Tucki G, Bickenbach J. Functioning: the third health indicator in the health system and the key indicator for rehabilitation. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(1):134-8. https://doi.org/10.23736/S1973-9087.17.04565-8
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Érika Giovana Carvalho da Silva, Shamyr Sulyvan Castro, Carla Sabariego, Karolinne Souza Monteiro, Núbia Maria Freire Vieira Lima
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Cómo citar
Datos de los fondos
-
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Números de la subvención Código 001 -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte