Implementação e resultados do DOTS em unidades básicas de saúde na cidade do Rio de Janeiro

Autores

  • Vanja Ferreira Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro; Superintendência de Vigilância em Saúde; Programa de Controle da Tuberculose
  • Cláudia Brito Fundação Oswaldo Cruz; Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Margareth Portela Fiocruz; Departamento de Administração e Planejamento em Saúde
  • Claudia Escosteguy Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro; Serviço de Epidemiologia
  • Sheyla Lima Fiocruz; Departamento de Administração e Planejamento em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000055

Palavras-chave:

Tuberculose^i2^sprevenção & contr, Antituberculosos^i2^sprovisão & distribui, Adesão à Medicação, Pacientes Desistentes do Tratamento, Resultado de Tratamento, Serviços de Saúde

Resumo

OBJETIVO: Descrever a implantação e os efeitos do directly-observed treatment short course (DOTS) em centros municipais de saúde. MÉTODOS: Foram realizadas entrevistas com profissionais dos nove centros municipais de saúde que ofereciam DOTS no Rio de Janeiro, RJ, em 2004-2005. Foram coletados os dados de todos os centros municipais de saúde da cidade sobre os tratamentos de tuberculose iniciados em 2004. Análises bivariadas e modelo multinomial foram aplicados para identificar associações entre resultados do tratamento e variáveis demográficas e relativas ao processo de tratamento, incluindo estar em DOTS ou terapia auto-administrada (SAT). RESULTADOS: Dos 4.598 casos de tuberculose tratados, 1.118 (24,3%) utilizaram DOTS e 3.480 (75,7%), SAT. As chances de uso de DOTS foram maiores entre pacientes com menos de 50 anos, recidiva de tuberculose, história prévia de abandono ou falência de tratamento. As chances de morte foram 52,0% maiores entre pacientes em DOTS comparados àqueles em SAT. A modalidade de tratamento com maior sucesso foi DOTS com agentes comunitários de saúde. Foi observada redução de 21,0% na razão de chances de abandono (vs. cura) entre pacientes em DOTS, comparados a pacientes em SAT, e redução de 64,0% entre pacientes em DOTS com ACS, comparados àqueles sem. CONCLUSÕES: Pacientes com perfil de menor adesão ao tratamento tenderam a ser incluídos em DOTS. Essa estratégia melhora a qualidade da atenção provida a pacientes com tuberculose, ainda que metas propostas não tenham sido atingidas.

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Publicado

2011-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ferreira, V., Brito, C., Portela, M., Escosteguy, C., & Lima, S. (2011). Implementação e resultados do DOTS em unidades básicas de saúde na cidade do Rio de Janeiro . Revista De Saúde Pública, 45(1), 40-48. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000055