Riscos visíveis e invisíveis em um cinema brasileiro de levantes

Autores

  • Ana Caroline de Almeida Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2020.160514

Palavras-chave:

cinema brasileiro, levante, páthos

Resumo

O gesto de insubordinação silenciosa, feita à espreita do olhar, foi bastante presente na produção cinematográfica brasileira realizada nos anos de 2010. A partir de uma aposta metodológica inspirada nas pranchas warburguianas no Atlas Mnemosyne, este artigo dispõe juntas sequências de oito filmes nos quais é possível sentir presente o páthos de um grito abafado manifestado quando ele não consegue mais se conter. Uma vez juntas, essas imagens são capazes de acionar, a partir de uma natureza coletiva e pública proporcionada pela própria exibição dos filmes, a energia de um levante.

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Biografia do Autor

  • Ana Caroline de Almeida, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Possui mestrado em Comunicação pela UFPE (2006). Escreve desde 2004 sobre cinema em periódicos e revistas nacionais. Ministra oficinas sobre crítica de cinema e representação das mulheres no cinema. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: cinema, literatura e mídia ativista.

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Publicado

05/04/2020

Como Citar

Almeida, A. C. de. (2020). Riscos visíveis e invisíveis em um cinema brasileiro de levantes. Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 47(53), 48-69. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2020.160514