“Índia portuguesa”: omissão e tensões em “Fantasias” luso-tropicais filmadas

Autores

  • Maria do Carmo Piçarra Instituto de Comunicação da NOVA

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i1.200284

Palavras-chave:

cinema de propaganda, "Índia portuguesa", filmes coloniais, Estado Novo, cinema concanim

Resumo

A filmografia portuguesa relativa ao Oriente durante o Estado Novo português é escassa, tardia e projecta uma retórica luso-tropicalista que contribuiu para a actualização do mito da importância, perdida, de um território que, durante a Ditadura, se impõe quase só simbolicamente. Proponho que a escassez de filmes resulta do valor simbólico da comunidade imaginada se projecta melhor por omissão do que o faria pela representação imagética. Caracterizarei o caso da “Índia portuguesa”, onde a exibição cinematográfica era vibrante, mas não deixou espaço para o cinema concanim se afirmar, enquanto a filmografia portuguesa afirmou o suposto lusitanismo local, privilegiando temas religiosos, enaltecendo o multiculturalismo e a miscigenação. Noto como, mesmo a filmografia propagandista, sobretudo a militar, evidencia tensões questionadoras do idílio luso-tropical.

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Publicado

2024-04-30

Edição

Seção

Dossiê 44: Colonialismo/orientalismo: figuras e figurações do Império em narrati

Como Citar

PIÇARRA, Maria do Carmo. “Índia portuguesa”: omissão e tensões em “Fantasias” luso-tropicais filmadas. Via Atlântica, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 39–69, 2024. DOI: 10.11606/va.i1.200284. Disponível em: https://periodicos.usp.br/viaatlantica/article/view/200284.. Acesso em: 21 nov. 2024.